“Fedor” – O perfume da responsabilidade ambiental o mais perto de si.

“Quero agradecer antes de mais o esclarecimento do senhor Luis Campos relativamente à situação da atual da Resulima, mas nós já questionámos aqui relativamente ao processo passado de todo aquele empreendimento na Assembleia de vinte e três de fevereiro.

Voltámos a questionar na assembleia a seis de julho e gostaríamos de relembrar que é um processo de licenciamento que a câmara municipal da Póvoa de Varzim participou e estava dentro de de tudo o que foi licenciado, a localização e há responsabilidades políticas que eu acho que é importante retirar daqui. E voltarmos a referir o que foi dito na anterior Assembleia Municipal:

Analisamos o processo de licenciamento do empreendimento na câmara municipal de Barcelos e verificamos a ordem cronológica do processo e passamos a enunciar:

No dia seis do doze de dois mil e doze a CCDRN emitiu um parecer desfavorável à construção do aterro de Paradela de acordo com o plano diretor municipal de Barcelos não respeitava a limitação da Reserva Ecológica Nacional.

No dia catorze do um de dois mil e treze a APA emitiu um parecer favorável à construção do aterro condicionado à revisão de delimitação da REN de Barcelos. No dia quinze do um de dois mil e quinze no âmbito do processo de revisão do PDM de Barcelos foi aprovada a reabilitação da REN. E aqui foi necessário alterar a documentação da REN para cumprir os critérios exigidos pela CCDRN e pela APA tendo sido para isso criado uma comissão técnica de acompanhamento com a participação da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, sendo o parecer final aprovado e assinado pelos representantes do município da Póvoa em sua representação.

Quer dizer a localização já era discutível – já se podia ter feito alguma coisa, julgo eu. Se um vizinho meu fizesse uma coisa mal cheirosa ao lado da minha casa eu teria feito alguma coisa para impedir. Quanto mais não seja fazia barulho – chamava a imprensa, chamava atenção.

Fica a dúvida. São trezentas e cinco toneladas por dia. Fica a dúvida!

Acho que está visto. Pode-se constatar. E questionamos o porquê não ter sido feito nada. Em dezanove do seis de dois mil e quinze foi aprovado pela assembleia municipal de Barcelos o novo PDM.

A Resulima deu em dezoito do dois de dois mil e dezasseis a entrada do licenciamento do aterro de Paradela na Câmara Municipal de Barcelos. Em dezoito do três de dois mil e dezasseis a Câmara de Barcelos emitiu o parecer favorável à construção do aterro.

Em trinta e um do um de dois mil e dezassete há em forma a abertura do processo de consulta pública entre seis de fevereiro a três de março de dois mil e dezassete.

Não encontramos qualquer participação da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim opondo-se à instalação do aterro.

Questionamos – houve durante o processo de consulta pública alguma ação por parte da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim?

No dia vinte do sete de dois mil e vinte e um a APA emitiu o título único de ambiente TUA com decisão favorável condicionada. O que os factos demonstram é que a câmara municipal da Póvoa de Varzim de forma passiva teve conhecimento e participação no processo. Um equipamento deste calibre com estas características e dimensão mesmo com a garantia do funcionamento exemplar não é algo que a população de nenhum local aceite receber na área da sua vizinhança de animo leve.

Pronto eu acho que está colocado aqui a nossa posição e acho que há responsabilidades políticas a retirar. Se a postura continua a ser esta, de um aterro que espera-se que não cheire mal não temos mais nada a dizer.”

Em resposta, o executivo voltou a frisar que o errado não é a localização.

Salientou a necessidade destes tipos de equipamentos existirem, no dever de todos nós sermos ambientalmente responsáveis. E frisou uma vez mais que o problema não é a localização mas sim o mau funcionamento do equipamento.

Conforme se confirma através das imagens, o equipamento está na fronteira de Barcelos, bastante mais distante das próprias populações de Barcelos que as da Póvoa de Varzim.

O que falta então verificar é que nível de cheiro os cidadãos vão ter que suportar para podermos ser todos ambientalmente responsáveis e questionarmo-nos porque nós teremos de ser mais responsáveis que os próprios cidadãos da vila onde o equipamento está instalado?

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